2/16/2006

Semibreves muito breves II

Após um mês de espera pelos resultados do inquérito aberto pelo Sr. Procurador Geral da Republica, em relação à violação do segredo de justiça referente ao já celebre envelope 9, eis que obtemos as primeiras conclusões:

1º- Importante não é a violação propriamente dita, mas antes a ventilação dos factos. Ou seja, não é importante saber quem foi o Juiz, o Delegado do Ministério Publico, o funcionário judicial ou eventualmente o advogado que possa ter violado a lei, mas sim saber quem foi o jornalista que tornou publica a falta de seriedade e, de salvaguarda de direitos fundamentais em democracia. A esse é que há que se descobrir e castigar.

2º- No dia em que a Torre do Tombo, põe à disposição de todos os Portugueses documentação, de grande interesse, sobre o General Humberto Delgado, receberá a transladação da lei, que até agora dava o direito aos jornalistas, de salvaguardarem as suas fontes. “ Uma lei considerada fundamental em qualquer Estado de Direito “. Uma vez que se chegou ao desplante de apreender os computadores de jornalistas contendo todo o tipo de informação, ficando deste modo essa informação sujeita a todo e qualquer tipo de violação.

3º- E ultimo ponto. Numa altura em que tanto se fala em direitos, como por exemplo no direito da Liberdade de Expressão, dá-se uma rude machadada no Direito à Informação.
Bem sei que este caso teve origem na violação do segredo de justiça, mas a partir do momento em que esta informação chega ao conhecimento de um jornalista, não é dever deste informar os seus leitores?! Ou será que o assunto em causa não é preocupante para qualquer cidadão deste País? Quando está em causa a violação de direitos fundamentais dos cidadãos, sejam eles Presidente da Republica, Ministros, Deputados, Procurador Geral da Republica ou não, quando estão em causa Direitos fundamentais dizia eu e, o direito à privacidade é um desses direitos, este assunto tem forçosamente que se tornar público, pois passa a dizer respeito a todos nós.


Nota final: O governo para combater estas ilegalidades, ( algumas delas cometidas com a sua conivência ), pretende criar um órgão composto por elementos por si nomeados, com o intuito destes fiscalizarem as escutas telefónicas. Não sendo capaz o governo de perceber, que essa medida só iria criar mais desconfiança e insegurança por parte dos cidadãos, em relação a salvaguarda de um direito, que lhe está atribuído mundialmente, que é o direito à sua intimidade e privacidade!?
Aproveitando esta nota final faço um apelo aos Srs. Políticos, aos Srs. Agentes de Investigação e aos variados Srs. Agentes Judiciais: “ Por favor, sejam sérios meus Srs.”.

2 Mordidelas:

Blogger lince said...

...

18 fevereiro, 2006 18:47  
Anonymous Anónimo said...

o 4º poder é o dos media, assim qualquer jornalista a partir do modo como divulga uma notícia está já a exercer o seu poder, mas isto não faz com que tenhamos o direito de o incriminar, principalmente se a notícia for verdadeira. Agora todos sermos escutados é o mesmo que lerem o nosso correi antes de nos entregarem para saber se somos criminosos ou não.
É UM ESCÂNDALO!
A lei portuguesa diz que todos somos inocentes até prova em contrário, lembremo-nos da Fátima Felgueiras que até pode governar uma autarquia.
Contradições de uma democracia que só me apetece apelidar de podre!
Com perdão pelo testamento,
cumprimentos felinos.

22 fevereiro, 2006 14:12  

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