Vista grossa de europeus a crimes da CIA
Vista grossa de europeus a crimes da CIA
Railda Herrero, 5 de Dezembro de 2005
O serviço secreto de informação dos Estados Unidos, mais conhecido pela abreviação CIA, comete erros absurdos e atrapalhados, prendendo dezenas de pessoas inocentes que ficam detidas e incomunicáveis. O importante diário Washington Post, em amplo artigo na edição de domingo, faz uma análise de erros gritantes da CIA, dando exemplos da frequência de erros brutais.
Caso exemplarUm exemplo citado pelo jornal é o caso do alemão que ficou cinco meses preso em segredo e, de acordo com as reclamações da vítima, foi torturado. Quando a CIA descobriu, em 2004, que tinha cometido um erro grave, procurou secretamente esconder a falha. Para isso, pediu e contou com a ajuda do governo alemão. O então ministro do Interior da Alemanha, Otto Schily, foi contactado directamente pelo embaixador norte-americano em Berlim para negociar a libertação do preso alemão vítima dos maus tratos da CIA.
Depois desta insistente solicitação, ficou acertado que o governo alemão iria se calar em relação às falhas no caso desta vítima inocente. E, se a vítima abrisse a boca, denunciando ter sido torturado, o governo se comprometeria a não tomar providências. Segundo o jornal, e ao que parece, o governo alemão aceitou a solicitação do governo norte-americano.
InvestigaçãoA vítima, Khaled Masri, pediu uma indemnização pelo sequestro e torturas que sofreu nas mãos da CIA. Actualmente, a Justiça alemã investiga o que há de verdade nesta história de Khaled, mas o governo em Berlim está calado, fazendo vista grossa em relação ao caso. Na semana que vem, advogados da vítima vão tentar levar o caso às barras dos tribunais norte-americanos. O Washington Post se baseia, para fazer estas denúncias, em diferentes fontes de informações, como ex-agentes e diplomatas que confirmam esta história. Este é apenas um exemplo, conforme este jornal dos Estados Unidos publica. Os responsáveis da CIA e o ex-ministro Otto Schily silenciam-se.
A CIA, de acordo com uma estimativa moderada, prendeu mais de três mil pessoas após os atentados de 11 de Setembro de 2001. Para os suspeitos de pertencerem à organização extremista islâmica Al-Qaeda foram necessárias poucas informações e muita especulação. Quem foi preso desapareceu na imensa burocracia dos serviços de informação e ficou sem nenhuma ajuda de advogados e da Justiça. Ainda segundo o jornal, é a burocracia que decide o destino dos presos acusados pela CIA. E Guantânamo é o exemplo maior do que está ocorrendo em outras regiões.
in: Radio Nederland Wereldomroep
1 Mordidelas:
Ainda hoje se ficou a saber que apesar da posição, (dita), oficial da Alemanha ser contra a guerra no Iraque, os seus serviços secretos colaboraram no terreno com os EUA. São vergonhas a traz de vergonhas.
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