Afinal poucas horas bastaram!
Não creio que tenha sido em resposta ao meu anterior post, que se deu o que se deu na praia de Carcavelos.
Não creio nem sequer tão pouco concordo com os actos. Mas não deixa de ser evidente para mim (que até sou bastante limitado), de que afinal há uma revolução a ser cozinhada em panela de pressão e que está prestes a rebentar.
Mas passemos aos factos:
Hoje dia 10 de Junho, dia de Portugal, logo dia de Camões e das Comunidades, 500 marginais, (ou serão, marginalizados?), invadiram a praia de Carcavelos, varrendo-a de uma ponta à outra deixando atras um rastro de roubos e algumas agressões. Será isto um caso de P.S.P.- (Policia de Segurança Publica), ou será que se trata de um caso de P.S.P.- (Política Social Portuguesa)?
Pois é meus Srs.! Não foi necessário esperar mais de que um folgado par de horas para ver que a revolução está latente e que será sempre uma questão de tempo.
Sim, não se lamentem os Srs. Políticos pelo que hoje se passou, porque o melhor, (ou o pior, depende sempre do ponto de vista), ainda está para vir. Aqueles que têm, terão de repartir. Nem que seja à força, uma vez que não querem entender a bem que estão a explorar em demasia todos os desfavorecidos deste País. E estes têm do seu lado a força de quem quer resistir à morte, em vida.
4 Mordidelas:
Lince, aprecio bastante as tuas intervenções, que me parecem denotar uma clara tendência política; eu, que me considero "apolítico" (não há nenhum partido, ou melhor, grupo de políticos, no qual me reveja), confesso que tenho dificuldades em formar opinião em quase todas as grandes questões "sociais" do nosso tempo (aborto, eutanásia, ...) pelo facto de, para além da complexidade que as envolve, não saber se teria a mesma opinião caso estivesse directamente envolvido numa situação dessas.
Por isso, quando se "defende" que a culpa do arrastão é da pobreza, do facto de os jovens serem marginalizados, ..., logo se me levantam duas questões: 1- não há milhões de pessoas pobres e (muito mais) marginalizadas, que não fazem nada disto? 2- se alguém, por exemplo, matasse um ente querido nosso, continuaríamos a dizer: coitado, é uma pessoa marginalizada, ..., ...., ...?
Martins, antes de mais quero saudar-te pelo facto de aqui teres vindo e, mais de que isso, teres aqui deixado o teu comentário.
Quanto a mim, não te deves precipitar nas avaliações, até porque muito provavelmente não estaremos tão distantes um do outro. (Pelo menos tanto quanto tu julgas).
Enquanto tu te dizes apartidário, porque és contra (ou pelo menos não te revês em nenhum deles), todos os partidos ou grupos de políticos. Eu sou contra o sistema político. E sou contra o sistema político, porque considero que é este sistema político que proporciona a ascensão desses partidos (ou grupo de…) políticos ao poder. Poder de, decidirem por nós, (e na maior parte das vezes contra nós e a favor deles).
Quanto à violência, é claro que eu sou contra toda e qualquer violência gratuita. Apenas acho que, uma situação que reúne 500 pessoas num acto daqueles, não é mero banditismo, mas sim reflexo de um mau estar social bastante grande daquelas pessoas.
Também sei que agora se fala num número muito inferior. Mas, pela vida que já levo, sei também que lhes é conveniente convencerem-nos a todos de que aquilo foi realmente um acto isolado de banditismo, para assim poderem continuar nas suas vidinhas, sem que se dê um avolumar de manifestações de carácter social.
Mais uma vez quero-te agradecer o comentário, fazendo votos de que outros se lhe sigam.
Um abraço blogosférico.
Lince, antes de mais peço desculpa pelo erro de avaliação. Dizes uma coisa muito importante no blog: "o pior ainda está para vir". De facto, o que torna a conjuntura particularmente adversa, no meu entender, é que estamos numa encruzilhada entre o poder de políticos com competências de nível medíocre, que trocam favores e influências com meia dúzia de carteis que, por sua vez, absorvem grande parte, não só do orçamento público, mas principalmente de cada um de nós: telecomunicações, banca, distribuição, combustíveis. Neste cenário, a iniciativa privada tende a desaparecer e com ela a capacidade de repartir poder e riqueza. No outro dia, o Sr. Manuel Agonia disse uma coisa que retive: "não sou pessimista [quanto ao futuro de Portugal], sou muito pessimista". Não o conheço pessoalmente, mas reconheço-lhe grandes qualidades empresariais e de experiência de vida e, pior que tudo, certamente não se estava a referir ao seu futuro...
Martins, desculpa, pois eu sei que já é um pouco fora de tempo para estar ainda a responder à tua primeira mordidela. Mas é que me faltou responder à questão da proximidade com uma possível vitima, espero ainda ir a tempo de que me leias.
Olha companheiro, eu admito que se alguém que me fosse muito crido fosse vitima de um acto de violência, eu iria reagir com toda a certeza tendo por motor toda a raiva que um momento desses deve causar e garantidamente que a minha reacção seria tudo menos racional, porque a dor e a raiva não são propicias ao raciocínio.
Mas agora diz-me tu, de que serias capaz no caso de teres em casa os teus filhos a viverem num estado de miséria extrema e a morrer de fome?
Pois… É que estas coisas têm sempre dois lados, e conforme a nossa proximidade ou distância de cada um dos lados, formamos a nossa opinião. Por isso, ou pelo facto de nenhum dos lados me ser mais próximo nem mais distante que o outro, eu aproveito-me desse facto e procuro construir uma opinião que assente na racionalidade.
Um abraço blogosferico e faço votos de que voltes mais vezes.
Já agora citando a canção “ vem e traz um amigo também”.
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